Acordei novamente, e pareceu-me teres partido. No emaranhado dos meus pensamentos, não estavas. Provei as tuas memórias, e não tinham sabor. Ou melhor, um ligeiro sabor amargo.
Levantei-me e segui caminho. Subi os degraus, um por um, e continuei sem te ver. Observei em toda a volta, e o dia estava cinzento, não escuro, apenas cinzento.
O sol não vinha, mas também não chovia. Os pássaros não davam sinal de presença e as folhas no chão não se arrastavam.
Estava tudo em silêncio.
Por entre as sombras das árvores que chegavam ao céu, vi as nuvens a caminhar. Em silêncio, seguiam viagem para outro destino. Aos poucos, deixei de as ver. Eu sei que elas continuam viagem, mas deixei de as conseguir ver.
Wednesday, January 19, 2011
Sunday, January 16, 2011
de regresso
Chegas sem contar
e fazes da minha mente a tua casa
o meu corpo é espaço vazio que tu habitas
Com as mãos sufocas-me e invades-me.
Não te quero sentir.
Quero dormir em paz, sentir que o silêncio da noite é o meu corpo.
A serenidade é uma luz que quero presente.
Invades toda a gente. E ninguém te quer.
O teu nome é solidão.
e fazes da minha mente a tua casa
o meu corpo é espaço vazio que tu habitas
Com as mãos sufocas-me e invades-me.
Não te quero sentir.
Quero dormir em paz, sentir que o silêncio da noite é o meu corpo.
A serenidade é uma luz que quero presente.
Invades toda a gente. E ninguém te quer.
O teu nome é solidão.
Thursday, January 6, 2011
de cara lavada
No quinto ano de existência deste blog, fiz-lhe a primeira mudança de visual. Sim, a primeira, pois provavelmente, dentro de mais cinco anos irei querer uma coisa diferente :)
Hoje fiz também uma coisa que há muito não fazia, e por muito, entenda-se um década!
Num tempo em que não se houve falar de nada além de crise, resolvi voltar a dar um contributo positivo para melhorar um pouco (pouquinho mesmo) o mundo que me rodeia.
E com o instinto maternal a despertar, nada melhor do que dar alguma atenção a crianças cujas famílias deixam algo a desejar em termos de cuidados diários.
Tenho já a certeza que irei aprender mais com elas do que elas comigo, mas faço um esforço :)
E se todos parassemos de falar de crise, e trabalhassemos para melhorar as coisas às nossa volta? Gostava de ver o resultado final...
Hoje fiz também uma coisa que há muito não fazia, e por muito, entenda-se um década!
Num tempo em que não se houve falar de nada além de crise, resolvi voltar a dar um contributo positivo para melhorar um pouco (pouquinho mesmo) o mundo que me rodeia.
E com o instinto maternal a despertar, nada melhor do que dar alguma atenção a crianças cujas famílias deixam algo a desejar em termos de cuidados diários.
Tenho já a certeza que irei aprender mais com elas do que elas comigo, mas faço um esforço :)
E se todos parassemos de falar de crise, e trabalhassemos para melhorar as coisas às nossa volta? Gostava de ver o resultado final...
Saturday, January 1, 2011
Ano velho...
Não é meu hábito fazer resoluções de ano novo ou grandes reflexões sobre o ano que termina.
Nem sequer é meu hábito delinear mentalmente o segundo em que muda a página do calendário. No entanto, neste ano, não consegui deixar de o fazer. E com muito gosto.
Acontece que o ano 2010 foi um ano anormalmente (espero) mau, e cujo término me deixa muito contente. Ilusoriamente ou não, saber que este ano chegou ao fim, é um alívio. E por consequência, a única resolução de ano novo passa por ter um ano melhor que o anterior, e digamos que não deverá ser pedir muito. A verdade é que, com depressões constantes nos meios de comunicação e em tudo à nossa volta, torna-se necessária uma força hiperbólica para atingir o mesmo que em outras conjunturas.
Da minha parte, tudo farei para que seja melhor. Prometi a mim mesma ser proactiva na conquista dos meus objectivos... espero que uma gotinha da poção da sorte esteja presente...
Feliz ano novo!
Nem sequer é meu hábito delinear mentalmente o segundo em que muda a página do calendário. No entanto, neste ano, não consegui deixar de o fazer. E com muito gosto.
Acontece que o ano 2010 foi um ano anormalmente (espero) mau, e cujo término me deixa muito contente. Ilusoriamente ou não, saber que este ano chegou ao fim, é um alívio. E por consequência, a única resolução de ano novo passa por ter um ano melhor que o anterior, e digamos que não deverá ser pedir muito. A verdade é que, com depressões constantes nos meios de comunicação e em tudo à nossa volta, torna-se necessária uma força hiperbólica para atingir o mesmo que em outras conjunturas.
Da minha parte, tudo farei para que seja melhor. Prometi a mim mesma ser proactiva na conquista dos meus objectivos... espero que uma gotinha da poção da sorte esteja presente...
Feliz ano novo!
Thursday, December 16, 2010
quem quer arranja maneira
Alguém me disse há dias: "Quem não quer arranja desculpas, quem quer arranja maneira". Não devo estar errada se disser que não conheço nenhuma frase que faça mais sentido do que esta. Quer para mim, quer para o que vejo à minha volta.
Nem sempre é fácil aceitar que assim é. Não é fácil desfazermos ideias e construções sobre quem amamos para passarmos a acreditar nisso. A verdade é que esta máxima é tão real e presente como o oxigénio que nos mantem vivos. Faço votos, com direito a gravação permanente na minha memória, para que nunca, ninguém se esqueça disto. EU não esquecerei.
Nem sempre é fácil aceitar que assim é. Não é fácil desfazermos ideias e construções sobre quem amamos para passarmos a acreditar nisso. A verdade é que esta máxima é tão real e presente como o oxigénio que nos mantem vivos. Faço votos, com direito a gravação permanente na minha memória, para que nunca, ninguém se esqueça disto. EU não esquecerei.
ilusão
Há coisas que deixam marcam profundas.
O que seria de nós se não acreditassemos, pelo menos, que o tempo pode curar?
E cura... já o provou.
Ás vezes, olhar para trás abre ainda mais feridas, mais consciência dos erros.
Tenho pelo menos a consciência que o que fiz foi sentido. O que não impede que tenha sido completamente errado e auto-destrutivo.
Nunca pensei ver-me como um castelo deitado por terra. Sentir-me como uma folha, seca, deixada ao vento. Sem rumo, sem vontade, sem controlo nem destino.
Senti-me como um corpo embriagado, sem auto-controlo, uma mente em ilusão.
Agora olho, como que para um filme projectado numa tela, e percebo, não passou de uma ilusão.
Ficou a desilusão de um filme com um triste fim, em que o vilão vence e todo o resto fica a apanhar os pedaços do chão.
Pessoa disse que havia de apanhar todas as pedras do caminho, e contruir um castelo com elas. Seguir-lhe-ei os passos.
O que seria de nós se não acreditassemos, pelo menos, que o tempo pode curar?
E cura... já o provou.
Ás vezes, olhar para trás abre ainda mais feridas, mais consciência dos erros.
Tenho pelo menos a consciência que o que fiz foi sentido. O que não impede que tenha sido completamente errado e auto-destrutivo.
Nunca pensei ver-me como um castelo deitado por terra. Sentir-me como uma folha, seca, deixada ao vento. Sem rumo, sem vontade, sem controlo nem destino.
Senti-me como um corpo embriagado, sem auto-controlo, uma mente em ilusão.
Agora olho, como que para um filme projectado numa tela, e percebo, não passou de uma ilusão.
Ficou a desilusão de um filme com um triste fim, em que o vilão vence e todo o resto fica a apanhar os pedaços do chão.
Pessoa disse que havia de apanhar todas as pedras do caminho, e contruir um castelo com elas. Seguir-lhe-ei os passos.
Sunday, December 5, 2010
Resoluções
Alguém me perguntou se já tinha feito as minhas resoluções de ano novo.
Daquilo que me cabe decidir, teria muito gosto em tomar uma série de resoluções de mudança. Infelizmente, há muito que gostaria de mudar que não depende de mim...
A única coisa que me cabe decidir, é a atitude.
Quanto a essa, e uma vez que não me considero uma pessoa destrutiva ou negativa, não vai haver muito a alterar. Manter uma atitude positiva é a única coisa que está unicamente nas mãos de qualquer um. Não depende da conjuntura económica, do chefe, do pai ou do filho, mas de cada um.
E quanto a isso, tenciono apenas alterar um aspecto: analisar melhor a forma como as pessoas me tratam. Pretendo com isso evitar desilusões ou sofrimentos desnecessários. Alguém nos ensinou que devemos gostar das pessoas pelo que elas são, mas aprendi neste ano que devo incluir uma nova condição: pelo que são e pela forma como me tratam.
Tratar bem os outros é algo que tento ter sempre bem presente no meu dia-a-dia, principalmente porque trabalho com pessoas. A partir de agora passarei a estar mais atenta à forma como sou tratada.
Quanto ao resto... se houvesse Pai Natal, teria muito a pedir-lhe. Como não há... vou manter a atitude certa para que a vida me presenteie :)
Daquilo que me cabe decidir, teria muito gosto em tomar uma série de resoluções de mudança. Infelizmente, há muito que gostaria de mudar que não depende de mim...
A única coisa que me cabe decidir, é a atitude.
Quanto a essa, e uma vez que não me considero uma pessoa destrutiva ou negativa, não vai haver muito a alterar. Manter uma atitude positiva é a única coisa que está unicamente nas mãos de qualquer um. Não depende da conjuntura económica, do chefe, do pai ou do filho, mas de cada um.
E quanto a isso, tenciono apenas alterar um aspecto: analisar melhor a forma como as pessoas me tratam. Pretendo com isso evitar desilusões ou sofrimentos desnecessários. Alguém nos ensinou que devemos gostar das pessoas pelo que elas são, mas aprendi neste ano que devo incluir uma nova condição: pelo que são e pela forma como me tratam.
Tratar bem os outros é algo que tento ter sempre bem presente no meu dia-a-dia, principalmente porque trabalho com pessoas. A partir de agora passarei a estar mais atenta à forma como sou tratada.
Quanto ao resto... se houvesse Pai Natal, teria muito a pedir-lhe. Como não há... vou manter a atitude certa para que a vida me presenteie :)
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