Haverá algum sentimento pior do que ver alguém que amamos desaparecer?
Desaparecer aos poucos, com a destruição do próprio corpo, das próprias células.
Não há alma nem força interior que resistam à soberania dum corpo doentio.
É nessa altura em que sabemos que a nossa vida nunca mais será como dantes.
Uma grande parte dela está prestes a morrer, a ser apenas uma recordação.
E não há pensamento filosófico nenhum que torne as coisas mais suportáveis, ou aceitáveis.
Não há deus que conforte. Aliás, eu que nunca acreditei na sua existência, agora penso que se de facto ele existe, devia ter vergonha do que anda a fazer...
Se é para ser cada um por si, e se não é suposto haver um mínimo de igualdade, ou de oportunidade à partida, se é para andar meio mundo a servir outro meio, e a espezinharmos uns os outros, então não precisa de existir...
Sunday, April 3, 2011
Friday, April 1, 2011
Cansaço
Estou tão cansada, tão sedenta de silêncio.
Estou cansada no mais puro sentido da palavra.
Estou tão cansada que o meu cérebro se recusa a pensar mais um segundo, as minhas expressões faciais estão reduzidas ao mínimo e as minhas palavras a nada.
Passo o dia a comunicar, das mais diversas formas. Em tudo o que digo e deixo por dizer, faço ou não faço, sorrio ou mantenho-me sisuda, em tudo isto, passo uma mensagem.
Mas se estou cansada, porque venho "comunicar" por este meio? Talvez por aqui ter a liberdade de comunicar só o que me apetece, e sem receber feeedback.
A interpretação do feedback consegue ser um processo ainda mais cansativo do que a comunicação per si. Percepcionar, analisar, avaliar... para voltar a reagir, ou seja, comunicar.
Neste momento, pouca coisa me saberia melhor do que ficar em silêncio absoluto. Talvez um Chopin, com um copo de vinho e um colo silencioso. Mas nada mais efusivo do que isso.
Estou cansada no mais puro sentido da palavra.
Estou tão cansada que o meu cérebro se recusa a pensar mais um segundo, as minhas expressões faciais estão reduzidas ao mínimo e as minhas palavras a nada.
Passo o dia a comunicar, das mais diversas formas. Em tudo o que digo e deixo por dizer, faço ou não faço, sorrio ou mantenho-me sisuda, em tudo isto, passo uma mensagem.
Mas se estou cansada, porque venho "comunicar" por este meio? Talvez por aqui ter a liberdade de comunicar só o que me apetece, e sem receber feeedback.
A interpretação do feedback consegue ser um processo ainda mais cansativo do que a comunicação per si. Percepcionar, analisar, avaliar... para voltar a reagir, ou seja, comunicar.
Neste momento, pouca coisa me saberia melhor do que ficar em silêncio absoluto. Talvez um Chopin, com um copo de vinho e um colo silencioso. Mas nada mais efusivo do que isso.
Thursday, March 24, 2011
Sweet tides...
sweet tides, pools of love
your eyes are full of.......
sweet tides, pools of love
your eyes are full of.......
sharp turn, my mind is a blur
slow passage thru the air
looking back on the days
all over your mind, just wanna be free
(Lyrics from Sweet Tides, Thievery Corporation)
your eyes are full of.......
sweet tides, pools of love
your eyes are full of.......
sharp turn, my mind is a blur
slow passage thru the air
looking back on the days
all over your mind, just wanna be free
(Lyrics from Sweet Tides, Thievery Corporation)
Saturday, March 19, 2011
A nossa casa
Há dias em que a nossa casa é o melhor sítio do mundo para estar.
Se hoje me oferecessem uma viagem a um sítio qualquer do mundo, duvido que aceitasse.
O conforto das pequenas coisas... tomar o pequeno almoço com aquelas medidas de café e de açúcar e na minha caneca, a minha gatinha a miar e o pêlo fofinho dela na minha pele, o sofá com a minha mantinha, os meus chinelos, os meus cheiros e sabores.
Também não há nada como o conforto da minha cidade. Desde os tasquinhos onde se come bem, aos tasquinhos onde encontramos os amigos. Do sapateiro à costureira que já nos conhecem e preparam as coisas para a "menina Cidália levar antes do fim-de-semana", a pastelaria que já sabe como gostamos do pão. A oculista que faz sinal para entrar porque recebeu óculos que vamos achar o máximo. Os memoriais que se revelam nos trajectos, nos bancos de jardim, nas ruas... O sítio onde temos sempre uma mão amiga, uma rua conhecida, um rosto familiar.
Se alguém me perguntar o que tem Braga para eu ser tão apaixonada por ela, eu respondo que tem tudo isto... Ou então digo apenas "nada de mais".
Embora não tenha nascido ou crescido cá, estes últimos 10 anos fizeram com que Braga se tornasse na minha casa, pois é o sítio onde tudo isto existe para mim.
Braga não tem grandes monumentos, nem praias fabulosas, não é um destino cultural, turístico, etc, mas é sem dúvida, o melhor lugar do mundo para viver.
Se hoje me oferecessem uma viagem a um sítio qualquer do mundo, duvido que aceitasse.
O conforto das pequenas coisas... tomar o pequeno almoço com aquelas medidas de café e de açúcar e na minha caneca, a minha gatinha a miar e o pêlo fofinho dela na minha pele, o sofá com a minha mantinha, os meus chinelos, os meus cheiros e sabores.
Também não há nada como o conforto da minha cidade. Desde os tasquinhos onde se come bem, aos tasquinhos onde encontramos os amigos. Do sapateiro à costureira que já nos conhecem e preparam as coisas para a "menina Cidália levar antes do fim-de-semana", a pastelaria que já sabe como gostamos do pão. A oculista que faz sinal para entrar porque recebeu óculos que vamos achar o máximo. Os memoriais que se revelam nos trajectos, nos bancos de jardim, nas ruas... O sítio onde temos sempre uma mão amiga, uma rua conhecida, um rosto familiar.
Se alguém me perguntar o que tem Braga para eu ser tão apaixonada por ela, eu respondo que tem tudo isto... Ou então digo apenas "nada de mais".
Embora não tenha nascido ou crescido cá, estes últimos 10 anos fizeram com que Braga se tornasse na minha casa, pois é o sítio onde tudo isto existe para mim.
Braga não tem grandes monumentos, nem praias fabulosas, não é um destino cultural, turístico, etc, mas é sem dúvida, o melhor lugar do mundo para viver.
Thursday, March 17, 2011
Noite

No teu silêncio acordo, cansada, com sono, mas não consigo dormir.
Trazes a mim as dúvidas, os medos, as inseguranças.
És como um lago transparente, mas em que me vejo espelhada,
e o que vejo é a imagem trémula de mim.
És tu que trazes os sinais subliminares do que não está bem,
do que é preciso cuidar.
Temo-te por não querer ouvir. Por querer adormecer, descansar.
Se ao menos trouxesses um anjo para me abraçar…
Friday, March 11, 2011
Ainda pensas em mim?
É essa a dúvida que percorre o meu corpo
Corroi a minha mente
Invade toda a minha existência
E não me deixa dormir.
É esta a questão cuja resposta preciso.
Preciso de um não.
Na embriaguez do meu corpo
Espelho a minha alma.
No beco que representas,
Vejo o fosso que é a tua presença, a tua ausência, a tua existência.
Corroi a minha mente
Invade toda a minha existência
E não me deixa dormir.
É esta a questão cuja resposta preciso.
Preciso de um não.
Na embriaguez do meu corpo
Espelho a minha alma.
No beco que representas,
Vejo o fosso que é a tua presença, a tua ausência, a tua existência.
Tuesday, March 8, 2011
O tempo
O tempo foge de nós.
Quando damos conta, passaram 10 anos, 20, 30... Os nossos sonhos perdem-se no caminho, e no fim da linha, já nem nos lembraremos de muitos, a não ser que estejam registados. Até porque os nossos sonhos também mudam. Moldam-se em função do tempo.
Não há nada que possamos fazer para evitar essa fatalidade. Pior, o tempo corre mais quanto melhor for passado...
O tempo não pode ser mudado. Felizmente, ainda é algo que não está ao alcance de nenhum ser humano. Pode ser programado, planeado, previsto, mas não mudado. Pelo menos aí há justiça e igualdade.
Uma hora é uma hora... nada mais matemático. Mas o tempo psicológico é muito mais. Há horas que parecem segundos, e horas que parecem dias...
Eu prefiro viver a vida num ápice. Olhar para trás e pensar que o tempo passou velozmente. E passou, de facto.
Estarão passados os anos mais cândidos, mais alegres e mais despreocupados? Espero que não... Vou continuar a procurar essa candura, a doçura dos dias amenos ao som de sorrisos e ternuras.
Quando damos conta, passaram 10 anos, 20, 30... Os nossos sonhos perdem-se no caminho, e no fim da linha, já nem nos lembraremos de muitos, a não ser que estejam registados. Até porque os nossos sonhos também mudam. Moldam-se em função do tempo.
Não há nada que possamos fazer para evitar essa fatalidade. Pior, o tempo corre mais quanto melhor for passado...
O tempo não pode ser mudado. Felizmente, ainda é algo que não está ao alcance de nenhum ser humano. Pode ser programado, planeado, previsto, mas não mudado. Pelo menos aí há justiça e igualdade.
Uma hora é uma hora... nada mais matemático. Mas o tempo psicológico é muito mais. Há horas que parecem segundos, e horas que parecem dias...
Eu prefiro viver a vida num ápice. Olhar para trás e pensar que o tempo passou velozmente. E passou, de facto.
Estarão passados os anos mais cândidos, mais alegres e mais despreocupados? Espero que não... Vou continuar a procurar essa candura, a doçura dos dias amenos ao som de sorrisos e ternuras.
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