Sunday, November 20, 2011

O "in" das relações

Será que alguma vez o amei realmente? Ou terei amado a ideia de ter algo tão inatingível? A linha entre as duas ideias parece bastante difusa. Não consigo distinguir o que era mais fascinante. A ideia de conhecer um mundo novo, o facto de saber que não lhe devia pertencer, ou a pessoa com quem o queria fazer.
O mundo das relações é um conjunto de vontades, desejos, necessidades, personalidades, que torna tudo muito complicado de definir.
Conhecendo a mim própria, dentro do possível, conheço também a minha vontade de ter o inalcançável. Conheço ainda melhor a minha reacção quando me dizem que é impossível. E só sei parar quando tiver conseguido. Será que foi o que fiz? Será que não segui obstinadamente uma conquista impossível, só para provar a mim mesma que conseguia?
Cada relação é feita de momentos. Momentos entre as partes, e momentos de cada uma das partes. Os sentimentos de tristeza, fragilidade, abandono, desenham momentos do próprio que condicionam a relação das partes. Noutro contexto, teria eu tido as mesmas atitudes?
Porque decidi manter as amarras para ser chicoteada? Sim porque, embora o chicote estivesse na mão de outra pessoa, eu escolhi continuar presa. Será ainda por pensar que nada é pior do que não ter nada? Mas não é. Sem nada estava eu a ficar. Sem dignidade sequer.
Aprendi a não correr atrás do impossível. Porque o impossível existe e é ditado por uma das partes. Unicamente por isso.
Aprendi ainda que não sou uma pessoa do meu tempo. Não estou preparada para relações indefinidas, invulgares, ou mascaradas de qualquer outro “in”, ou qualquer outra cor que não a da sinceridade.
Não me considero uma pessoa romântica, mas tenho sentimentos nobres. E não me identifico com as indefinições que as pessoas atribuem às relações, que não passam de caprichos de quem tudo quer só por querer.
Apesar de tudo, acredito no amor, e é essa partilha que procuro.

Friday, November 4, 2011

Curioso constatar que todos os dias o meu blog recebe visitas...
Serão visitas de acaso? Ou de caso?

Friday, October 14, 2011

Limites

Parece que o mundo está em euforia. Em todo o lado é luzes, cores, acção. Toda a gente quer novo, mais, melhor. Já ninguém fala de forma honesta. Ninguém pode estar só, triste ou perdido. Não, tem de ir beber uns copos, ou até ao SPA, porque se vai sentir melhor.
O que foi feito dos bares com música ao vivo, melancólica, triste, onde as pessoas iam no final do dia beber um copo e "afogar as mágoas"? Ao bom estilo dos anos 20. Hoje toda a gente sai para se divertir imenso, beber até à exaustão e mostrar-se o melhor que souber, como que para avaliar a sua própria quota de mercado.
Hoje, toda a gente é uma personagem de cinema, que faz questão de expor a sua personalidade complexa, e as suas mágoas já superadas, porque são fortes, mas que causaram muita dor, em tempos.
O António Lobo Antunes diz não perceber as pessoas que dizem que não gostam de pessoas, mas sim da humanidade. Eu não gosto nem destas pessoas, nem desta humanidade.
Em que pessoas nos tornamos, que vamos ao cabeleireiro para ir a um jantar, que viajamos porque é moda, e que lemos porque é sinal de cultura, que tiramos fotografias para pôr no facebook, porque tudo o que temos é uma imagem pública?
Que pessoas são estas que expõem tudo, tudo! Que criam verdadeiros alter-egos para sobreviver, que se entranham tanto naquelas personalidades, que passam a ser a única coisa que possuem?
Que pessoas são estas que tratam as pessoas como descartáveis, pois ou convêm ou são inconvenientes?
Que sadismo é este? Porque nos respeitamos tão pouco? Porque desrespeitamos tão gratuitamente? Que mal nos fizeram?
Que pessoas somos que substituímos pessoas por conceitos virtuais, relações reais por abstractas ou indefinidas? Onde vamos? Onde queremos ir?
Até onde vai o limite da liberdade? O que faz a falta de limites?

Thursday, September 15, 2011

A minha viagem

Estou a horas de fazer a minha primeira viagem a sós.
Embora não esteja com sinais de nervoso miudinho, não consigo dormir :) É o entusiasmo de um passo que pensava dar há muito tempo, e que pelas mais diversas razões, só agora aconteceu.
Digo a 'minha primeira viagem a sós' porque sei que outras se seguirão.
Até aqui sabia o porquê da viagem ter obrigatoriamente um regresso. Agora não sei...

Friday, September 9, 2011

Esta noite quis parar o tempo. A noite estava quente, o teu colo aconchegante. O teu perfume misturado com as flores dos imensos jardins à nossa volta. Ouvir-te dizer que não havia nenhum lugar melhor para estar.

Há muito não olhava as estrelas, mas na tua presença faz mais sentido.
Quis parar o tempo, pois não havia outro lugar no mundo onde quisesse estar.
E queria perpetuar...
Hoje alguém me disse: "És a minha versão feminina". Alguém que eu considero ser a minha versão masculina.
Quais as probabilidades?

Deliciosamente indomável

Não é todos os dias que conhecemos alguém que nos marca. São poucos os dias da nossa vida em que alguém nos é apresentado e faz a diferença.
E quando percebemos que faz a diferença, ainda receamos, criamos barreiras, distâncias de segurança, muletas. Temos medo do que pode acontecer, do que podemos sentir.
E esses dias, por serem tão poucos, são tão preciosos, tão abençoados, que só deveriamos querer agarrá-los e segurá-los para sempre, para que aquelas sensações se pudessem manter imaculadas. Mas não conseguimos segurá-los, nem afastá-los, nem resistir-lhes. A vida tem o seu rumo, por vezes curioso, irónico, cruel, deliciosamente indomável. Não há muito que possamos fazer para controlar essas sensações... que se vão transformando em sentimentos, e que deixam essa marca indelével na nossa vida.
Não são muitas as pessoas que o conseguem, e essas, escassas, passam a merecer lugar de destaque para sempre. Seja na rotina, seja na memória.