Hoje ouvi uma pessoa de 26 anos dizer "a minha mãe ameaçou cortar-me a mesada". E é aí que eu percebo o quão alheada vivo deste mundo, desta sociedade.
Essa pessoa, não tão invulgar assim, é simplesmente alguém que se licenciou e não consegue emprego na área, ou seja, uma pessoa igual a milhares. É 3 anos mais nova do que eu, e prepara-se para deixar de receber mesada 14 anos depois de mim. 14 anos???!! E é aí que percebo novamente o quão distante estou.
E não, não foi porque tive sorte. Ninguém que começa a trabalhar aos 15 anos tem sorte, certo? A verdade é que agora, aos 30, trabalhei 50% dos anos que vivi. Pouco comum aos 30. E será pouco comum aos 40 até, uma vez que já ninguém começa a trabalhar aos 20.
Como posso eu perceber de que forma estas pessoas (a minha geração) vêem a vida? Como posso conceber que alguém se considere infeliz, ou desafortunado, por deixar de receber mesada aos 26? Aos 18 muitas vezes não sabia como iria pagar a renda, ou juntar dinheiro para uns óculos novos (e não eram de sol).
E como podem eles entender a minha forma de ver a vida? Talvez por isso me sinta sempre bastante mais velha, mais experiente, e anos-luz à frente. Talvez por isso aprecie tanto as gerações mais velhas, pois é com elas que me identifico.
Friday, July 8, 2011
Thursday, June 30, 2011
Às vezes parece que a vida se esforça por ser tão injusta. Sei que nunca ninguém disse que seria justa, mas nem só de vez em quando!?
Já chegava de sacrifícios, de perdas, de sofrimento.
De que serve pensarmos que a vida é mesmo assim, que coisas más acontecem a toda a gente, e que todos sofrem, quando olhamos para o lado e vemos gente que tudo tem, tudo consegue, e a principal preocupação é onde vão passar férias no próximo ano? E depois, vemos que é assim, ano após ano...
Também já tentei a estratégia de pensar que a vida se encarrega de nos dar os desafios para os quais estamos preparados. Não concordo... acho que nos aguentamos à barra, enquanto houver um motivo.
Não me sinto uma coitadinha, nunca senti, nem aprecio quem assim se vê. Nunca baixei os braços, e continuo a apreciar as coisas boas da vida. Mas que não é justa, não é.
Já chegava de sacrifícios, de perdas, de sofrimento.
De que serve pensarmos que a vida é mesmo assim, que coisas más acontecem a toda a gente, e que todos sofrem, quando olhamos para o lado e vemos gente que tudo tem, tudo consegue, e a principal preocupação é onde vão passar férias no próximo ano? E depois, vemos que é assim, ano após ano...
Também já tentei a estratégia de pensar que a vida se encarrega de nos dar os desafios para os quais estamos preparados. Não concordo... acho que nos aguentamos à barra, enquanto houver um motivo.
Não me sinto uma coitadinha, nunca senti, nem aprecio quem assim se vê. Nunca baixei os braços, e continuo a apreciar as coisas boas da vida. Mas que não é justa, não é.
Tuesday, June 7, 2011
Só tenho medo de te perder para sempre. De esquecer os traços do teu rosto, a forma como me olhavas, o teu tom de voz. Queria eternizar-te como te sinto neste momento.
Vou ter saudades das tuas gargalhadas, da tua preocupação comigo, da tua paciência e tolerância. Quero aprender contigo, mas acima de tudo, queria a certeza que daqui a 20 anos me vou lembrar da tua voz, do teu sorriso e do teu cheiro.
Foste e serás a pessoa mais importante da minha vida. Foi contigo que cresci, e é, sem dúvida nenhuma graças a ti que sou quem sou. E sim, orgulho-me disso, e orgulho-me também muito quando me dizem que "saio ao meu pai". Aliás, não há nada que me deixe mais feliz. Espero que também daqui a 20 anos me digam que vivi como o meu pai. Terei muito orgulho nisso.
Sinto saudades também de te passar a mão no cabelinho, para que estivesses sempre penteadinho. Sinto saudades de cuidar de ti, de te ter aqui...
Vou ter saudades das tuas gargalhadas, da tua preocupação comigo, da tua paciência e tolerância. Quero aprender contigo, mas acima de tudo, queria a certeza que daqui a 20 anos me vou lembrar da tua voz, do teu sorriso e do teu cheiro.
Foste e serás a pessoa mais importante da minha vida. Foi contigo que cresci, e é, sem dúvida nenhuma graças a ti que sou quem sou. E sim, orgulho-me disso, e orgulho-me também muito quando me dizem que "saio ao meu pai". Aliás, não há nada que me deixe mais feliz. Espero que também daqui a 20 anos me digam que vivi como o meu pai. Terei muito orgulho nisso.
Sinto saudades também de te passar a mão no cabelinho, para que estivesses sempre penteadinho. Sinto saudades de cuidar de ti, de te ter aqui...
Saturday, May 14, 2011
Ruído
Tanto ruído, vem de todo o lado.
Entra na minha cabeça e faz-lhe dar voltas e mais voltas.
Quero fugir, encontrar o silêncio, a paz, a serenidade. Mas não consigo.
Febre, mal estar, dores de cabeça e no corpo. Como se eu própria me flagelasse.
Não é possível remar contra a torrente das fatalidades.
Não é possível esquecer tudo por momentos, como se diz por ai...
Entra na minha cabeça e faz-lhe dar voltas e mais voltas.
Quero fugir, encontrar o silêncio, a paz, a serenidade. Mas não consigo.
Febre, mal estar, dores de cabeça e no corpo. Como se eu própria me flagelasse.
Não é possível remar contra a torrente das fatalidades.
Não é possível esquecer tudo por momentos, como se diz por ai...
Sunday, April 17, 2011
Bandas sonoras
What if...
Se tivesse que escolher uma banda sonora para a minha vida, qual seria? Como seria?
Algo com violinos e o som do piano. Teria uma lead como no jazz, um ponto de partida para o improviso. O leitmotiv seria a paixão... tocada pelos mais variados instrumentos, com diferentes ritmos e melodias.
Se houvesse um canto, seria limpido, vibrante.
O ritmo seria incerto, como num nocturno, em que as notas correm a velocidades diferentes, mas correm... intensas.
Das teclas constantes do piano, como passos firmes e constantes, às cordas dos violinos errantes, incertos e inconstantes.
Ritmos flutuantes, de serenos e felizes, a profundos e volúveis, mas apaixonantes.
Se tivesse que escolher uma banda sonora para a minha vida, qual seria? Como seria?
Algo com violinos e o som do piano. Teria uma lead como no jazz, um ponto de partida para o improviso. O leitmotiv seria a paixão... tocada pelos mais variados instrumentos, com diferentes ritmos e melodias.
Se houvesse um canto, seria limpido, vibrante.
O ritmo seria incerto, como num nocturno, em que as notas correm a velocidades diferentes, mas correm... intensas.
Das teclas constantes do piano, como passos firmes e constantes, às cordas dos violinos errantes, incertos e inconstantes.
Ritmos flutuantes, de serenos e felizes, a profundos e volúveis, mas apaixonantes.
Monday, April 11, 2011
Não consigo dormir.
Já li tudo o que havia para ler sobre SMD, na expectativa talvez de que ler traga a cura para a doença.
O sentimento de impotência é grande e não é fácil ver sofrer quem mais amamos.
Por mais voltas que dê, não há prognósticos favoráveis, e pensar que a normalidade vai voltar, é pura ilusão.
Mesmo sabendo que assim é, ficar quieta e calada é o pior que me podem pedir. Mas também não posso fazer mais nada.
Devia conseguir dormir normalmente, viver normalmente, para estar bem e ajudar a minha família. Mas não consigo.
O tempo não passa, e para melhor não vai.
Não estou serena de forma nenhuma, em lado nenhum, em tempo nenhum.
A ansiedade aumenta, os nós no estômago, e só quero que os fins de semana não cheguem. Não é egoísmo? É não querer confrontar-me com mais desânimo, mais abatimento.
Se houvesse uma única coisa no mundo que pudesse fazer!
Não é justo... não é nada justo.
Já li tudo o que havia para ler sobre SMD, na expectativa talvez de que ler traga a cura para a doença.
O sentimento de impotência é grande e não é fácil ver sofrer quem mais amamos.
Por mais voltas que dê, não há prognósticos favoráveis, e pensar que a normalidade vai voltar, é pura ilusão.
Mesmo sabendo que assim é, ficar quieta e calada é o pior que me podem pedir. Mas também não posso fazer mais nada.
Devia conseguir dormir normalmente, viver normalmente, para estar bem e ajudar a minha família. Mas não consigo.
O tempo não passa, e para melhor não vai.
Não estou serena de forma nenhuma, em lado nenhum, em tempo nenhum.
A ansiedade aumenta, os nós no estômago, e só quero que os fins de semana não cheguem. Não é egoísmo? É não querer confrontar-me com mais desânimo, mais abatimento.
Se houvesse uma única coisa no mundo que pudesse fazer!
Não é justo... não é nada justo.
Saturday, April 9, 2011
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