Monday, October 26, 2009
Expectativas...
Pode ser um cliché, pois à partida, todo o ser humano tem essa curiosidade. Obviamente essa expectativa está aliada à esperança de que as coisas boas superem as más.
Há dias, alguém me disse que só vive nessa expectativa quem está insatisfeito com o presente. Nem me dei ao trabalho de refutar peremptoriamente pois há pessoas para quem ter razão é sinónimo de vitória, e quando assim é, a discussão de ideias torna-se até desagradável, pois mais parece um duelo de razões.
Eu vivo expectante, pois já percebi que por muito que tente controlar o meu destino, conseguirei apenas controlar uma ínfima parte. Em parte pela inconsciência das coisas. Quantas vezes pensamos, "se eu soubesse... ,se fosse hoje"? A verdade é que não sabemos. Quando tomamos uma decisão conhecemos apenas uma milésima parte das consequências daí advindas. Todo o resto é fruto de milhões de decisões de todos os seres do universo que connosco vivem. Ainda bem que assim é...
Sou uma pessoa com sérias dificuldades em encontrar um sentido para a vida…a histórias das pequenas coisas nem sempre me deixa satisfeita, e as grandes coisas não acontecem todos os dias.
Talvez por isso o meu dia-a-dia gire em torno da expectativa.
Mas a expectativa tudo mais complicado quando se reflecte nas pessoas à nossa volta. Tenho uma enorme tendência para criar expectativas em relação às pessoas à minha volta, e quanto mais importantes são essas pessoas na minha vida, maior a importância que atribuo às suas atitudes e mais espero delas.
Obviamente o resultado acaba muitas vezes em desilusão...
Gostava de dizer que aprendo, mas não é verdade...
Wednesday, January 21, 2009
Recuso-me
Recuso-me a viver pelos padrões que a sociedade constrói para alguns,
talvez para os fracos, talvez para os indiferentes.
Qual o sabor de passar pela vida sem viver?
Sem viver o amor, o ódio, a dor, a felicidade extrema e infelicidade aterradora?
Qual o sabor de viver por protocolo, porque todos vivem assim?
Não sei, nem quero saber.
Apesar da distância, das mudanças, da vida em si, há alguém que se lembra de mim...
O que seriamos nós se não fossemos recordação para ninguém?
Uma verdadeira poeira no ar, que flutua e cai.
Assim me sinto.
Sinto-me transportada para uma dimensão diferente, onde nada faz sentido, onde não conheço os caminhos nem o chão que piso.
Sinto que a não reflexão prolongada pode ter consequências ferozes...
Pode ferir, matar.
No silêncio, no vazio, tento encontrar uma estrada.
Cor de sanguinea, o coração bate, perdido.
Procura a verdade absoluta, sente um medo mordaz.
A insanidade reina
a sede de sentir impede a normalidade.
Normalidade mortal, que neutraliza os sentimentos imortais.
Não vou deixar. Vou sentir.
Saturday, December 13, 2008
Sobre o que escrevemos quando não temos tempo para pensar?
É isso que estou prestes a descobrir.
Não escrevemos, ou escrevemos sobre nada.
E quando não paramos para reflectir durante algum tempo, sobre que reflectimos quando temos essa possibilidade? Sobre nada de concreto.
É assim que me sinto…nada.
Uma poeira que circula no universo, que salta de um lugar para outro sem pensar, sem ir para longe. Saltita num perímetro reduzido, sem descobrir nada de novo, sem aprender, sem reflectir…
Quando crescemos (nas primeiras fases do crescimento humano) ninguém nos explica para onde caminhamos. Pelo menos a mim ninguém explicou…
Perguntam-nos o que queremos ser quando crescermos, e felicitam-nos pelo curso concluído, pelo 1º emprego, pela progressão na carreira. Mas nunca ninguém nos disse o que isso acarretava.
E quando descobrimos, o que fazemos? Voltamos atrás, rejeitando o que conseguimos pois não era assim que tínhamos imaginado a vida? Talvez. E depois seguimos para onde? Voltamos à infância e começamos de novo? Mas como, se já não temos quem nos sustente? Se já não conseguimos viver sem tudo o que a vida que não queremos nos trouxe de bom? Ou fazemos o inverso? Voltamos a estudar mais e mais e acumulamos formações em áreas diversas, na expectativa de conseguir um emprego maravilha, enquanto dobramos a nossa carga de trabalho diária e semanal? E quando teremos então tempo para viver?
Muitos de nós sonham em fazer dos hobbies mais queridos um modo de vida. E quando nem temos tempo para hobbies?
Não gosto de escrever assim, mas é assim que reflicto neste momento.
Saturday, March 8, 2008
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Trilhos...

Provavelmente já deixaram de ler...pela falta de conteúdo...fico triste com essa possibilidade, mas compreendo.
Hoje, ao reler tudo, incluindo comentários, revivi emoções e dei por mim de lágrima no canto do olho...
Afastei-me durante muito tempo...do blog, da escrita, do pensamento, da meditação e de milhares de coisas que adoro, que fazem parte de mim e que não quero perder...
Espero conseguir recuperar a alma deste blog e fazer com que volte a ser um cantinho onde os que me querem bem possam passar de vez em quando e sentir um pouco de calor e ternura.
A amizade e o amor são preciosos, são verdadeiramente o maior dom que alguém pode ter...
após todo este tempo de "solidão" em que vivi para muito pouca coisa, espero não ter perdido nada de precioso...
Foi sem dúvida um ano muito, muito intenso, vivido sem parar 1 segundo para pensar...
Finalmente fiz uma pausa, para estar comigo e reflectir. Reflectir sobre o significado de tudo...
Inicialmente é uma sensação de desorientação,como alguém que girou horas sem parar e, quando parou, não sabe para onde vai.
Depois é a sensação de ter perdido alguma coisa pelo caminho, sem perceber o quê...
Depois é perceber que está sempre alguém lá para nos dar a mão e não nos deixar cair...
Alguém que, durante todo o tempo esteve presente, perto ou longe,esteve sempre atento...
Isso é, sem dúvida, o que de mais importante fica deste último ano: As pessoas que me amam e que eu amo profundamente...
Obrigada por fazerem parte de mim...
Subtilezas...
Mudamos de roupa, de penteado, de emprego, de casa, de ideias…
Mudanças planeadas, mudanças inesperadas, mudanças imperceptíveis…
Principalmente aquela que de alguma forma julgo que me vai fazer crescer, aprender, experimentar emoções e sensações… quebrar a rotina, mudar de ares…
Ansiedade e formigueiro no estômago fazem parte das minhas reacções perante o desconhecido e, adoro!
Sinto muitas vezes necessidade de mudar, não suporto a rotina...
Gosto de pequenas rotinas… Do pequeno-almoço de sábado, do passeio de fim-de-semana junto ao mar…
Mas não gosto do excesso de estabilidade, dos portos seguros…
No entanto, dei por mim a perceber que algumas das mudanças que ocorrem são totalmente desprovidas de emoções e de sensações.
São mudanças subtis e lentas, não sendo, de todo, insignificantes…
Há dias, uma velha amiga perguntou-me se tinha ido assistir a um concerto de alguém que, em tempos, significou muito para mim. Não fui nem estava interessada.
Só então reflecti sobre isso. Algo que era parte de mim, que trazia memórias e recordações, passou a ser completamente insignificante. Deixou de fazer parte do meu mundo e eu nem tinha notado…
Foi efectivamente uma mudança, imperceptível, mas, certamente, com algum significado…