Friday, January 13, 2012

Às vezes a noite chega mais cedo. Outras vezes é o dia que não chega. A noite, escura, densa, negra, tira-nos as cores da vida. Tira-nos o vermelho, o laranja e o amarelo.
Fica tudo sombrio, com fantasmas e sons sinistros. O vazio cria um espaço oco, com medo, e assobios agudos.
Não é possível haver algo tão imperfeito, como se fosse talhado para não existir. Como se aquele deus quisesse brincar connosco e dizer: Vês? Podia acontecer, mas não vai. E brinca, e brinca. E dá voltas e voltas, e não acontece. E depois de sabermos que estava ali, que era ali que devia ser, e que não é, por ter sido tão imperfeito, temos de virar costas. E continua ali, imperfeito, mas ali.
E depois de virar costas, a noite volta, e ri-se, de nós, para nós. Com o seu ar superior, de quem diz: Não me podes mandar embora. Não me podes ignorar e eu estou aqui para te esfaquear. E o medo, é atroz. E não há mais ninguém na noite. Só eu. E não há portas, só muros. Não os vejo sequer, não consigo ver. Está frio, e dói. Dói sempre, sempre mais. Não há cor. Não há luz. Só há eu.

Saturday, January 7, 2012

Obsessão...
Importunação perseverante.
Involuntária.
Incontrolável.
Insana.