Thursday, May 31, 2007

O que acontece quando não sabemos o caminho a seguir?

Um dos meus livros favoritos diz:

"Por volta dos sessenta, quando o caminho atrás de ti é mais comprido do que o que tens à tua frente, vês uma coisa que nunca tinhas visto antes: o caminho que percorreste não era a direito, mas cheio de encruzilhadas, a cada passo havia uma seta que apontava para uma direcção diferente; dali partia um atalho, de acolá um carreiro cheio de ervas que se perdia nos bosques. Alguns desses desvios, fizeste-os sem te aperceberes, outros nem sequer os viste; não sabes se os que não fizeste te levariam a um lugar melhor ou pior; não sabes, mas sentes pena. Podias fazer uma coisa e não a fizeste, voltaste para trás em vez de seguir em frente. Ao longo das encruzilhadas do teu caminho, encontras as outras vidas; conhecê-las ou não, vivê-las a fundo ou desperdiçá-las, depende da escolha que fazes num segundo; embora o não saibas, entre seguir a direito ou fazer um desvio, joga-se muitas vezes a tua existência, a existência de quem está perto de ti....
E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar..."
Vai aonde te leva o coração, Susanna Tamaro

E se não pudermos esperar que o coração decida? Se for urgente decidir? Se por isso, o coração bloquear ainda mais e se recusar a falar?
Se em vez disso for a ansiedade e a dor a tomar lugar?
Como pode ser tão difícil saber o que quero?

As encruzilhadas são secretas, imprevisíveis... Talvez por isso não seja fácil...
Não quero seguir o mais fácil, com maior probabilidade de sucesso, pois não é sucesso que procuro, é felicidade. E sei também que o mais provável hoje pode ser impossível amanhã…
Quero decidir o que o meu coração quiser... mas ele demora a falar...

Monday, May 28, 2007

Foto


Esta foi sem dúvida a foto mais bonita que alguma vez tirei...

Claro que naquelas paisagens, não é preciso ser grande fotógrafo para captar imagens assim.
Foi também um fim-de-semana lindo e cheio de magia...
com momentos e pessoas inesquecíveis :)

Friday, May 25, 2007

Ego

Há tempos li algo que me fez reflectir bastante. Li sobre o ego, algo que sempre considerei parte do ser humano sem questionar.
Depois desta leitura, continuei a sentir o meu ego, talvez mais presente por pensar nele, mas a olhá-lo de fora. Fiz o exercício de pensar em quê que cada parte de mim me traz de bom…
Vou querer relê-lo de tempos a tempos, e por isso, deixo aqui excertos...

The first thing to be understood is what ego is. A child is born. A child is born without any knowledge, any consciousness of his own self. And when a child is born the first thing he becomes aware of is not himself; the first thing he becomes aware of is the other.
This is how a child grows. First he becomes aware of you, then, he becomes aware of himself.

This awareness is a reflected awareness. He is not aware of who he is. He is simply aware of the mother and what she thinks about him. If she smiles, if she appreciates the child, if she says, "You are beautiful," if she hugs and kisses him, the child feels good about himself. Now an ego is born.

Through appreciation, love, care, he feels he is good, he feels he is valuable, he feels he has some significance.

A center is born.

But this center is a reflected center. It is not his real being. He does not know who he is; he simply knows what others think about him. And this is the ego: the reflection, what others think. If nobody thinks that he is of any use, nobody appreciates him, nobody smiles, then too an ego is born: an ill ego; sad, rejected, like a wound; feeling inferior, worthless. This too is the ego. This too is a reflection.

Ego is a need; it is a social need, it is a social by-product. The society means all that is around you - not you, but all that is around you. All, minus you, is the society.

One man kills somebody - he is a murderer.

And the same man in wartime kills thousands - he becomes a great hero. The society is not bothered by a murder, but the murder should be commited for the society - then it is okay. The society doesn't bother about morality.


Ego is always shaken, always in search of food, that somebody should appreciate it. That's why you continuously ask for attention.

You get the idea of who you are from others.

It is not a direct experience.
It is from others that you get the idea of who you are. They shape your center. This center is false, because you carry your real center. That is nobody's business. Nobody shapes it.


And remember, there is going to be an interim period, an interval, when the ego will be shattered, when you will not know who you are, when you will not know where you are going, when all boundaries will melt.

You will simply be confused, a chaos.

Because of this chaos, you are afraid to lose the ego. But it has to be so. One has to pass through the chaos before one attains to the real center.


For a while, you will feel very afraid and shaken, as if an earthquake has happened. But if you are courageous and you don't go backwards, if you don't fall back to the ego and you go on and on, there is a hidden center within you that you have been carrying for many lives.
That is your soul, the self.
...
Autor: Osho, texto integral em http://deoxy.org/egofalse.htm

O trabalho

A maioria das pessoas que conheço vive insatisfeita com o trabalho. O trabalho deveria dignificar o homem, mas na maioria das vezes, serve apenas de sustento.
Sobre o meu trabalho poderia não ter muito a dizer, gosto das actividades, não gosto do facto de ganhar mal (mas vivo bem com isso), nem do facto de terminar daqui a uns meses.
Penso então no que sentirei e recordarei quando olhar para trás daqui a algum tempo e, vejo que, terei muita coisa para recordar…
Terei um sorriso nos lábios de certeza absoluta, não pelo CV, não pelo dinheiro, mas pela experiência humana que fica… Podia ter optado por seguir a máxima de gestão “não faças amigos no local de trabalho”, mas fico feliz por ter seguido o meu coração. Com isso consegui horas e horas de boa disposição, com enormes delírios e gargalhadas que quase se ouvem nos gabinetes 2 pisos acima. Mais do que isso, consegui ter vontade de ir trabalhar todos os dias com um sorriso nos lábios e, apoio nas horas mais difíceis, em que só gente com muita paciência me poderia aturar em vez de me atirarem pela janela…
Sinto que estes laços não vão terminar quando me for embora, sinto que o companheirismo e a cumplicidade estão tão entranhados na minha pele como na deles, e por isso sei que vou sorrir quando olhar para trás…
Sei que as nossas private jokes vão ficar para sempre nas nossas memórias e que daqui a uns anos nos iremos encontrar e rir à Alf, imitar animais esquisitos, rebolar na relva e apanhar florzinhas como se fosse hoje (Provavelmente não vamos ver vídeos ao youtube na hora de almoço, mas as arvorezes somos nozes para sempre, né?).
Acho que pensei no mínimo milhares de vezes na ideia de fazer um blog…
Pensar e hesitar são duas das coisas que mais faço. Penso, pondero, para de seguida decidir por algo. Faço-o com toda a certeza e convicção do mundo, mas 5 minutos depois consigo ter a certeza que não era bem aquilo que eu queria.
Sim, sou a pessoa mais indecisa e inconstante que conheço (ok, estou empatada com outra pessoa, que por sinal é uma pessoa muito querida pelo meu coração :)). A única certeza que tenho é que seguirei sempre aquilo que o meu coração me disser…

Ok, decido fazê-lo, posso mudar de ideias, mas para já, cá está ele.

O que vou colocar aqui? Não sei bem…o que me apetecer. Vai depender do estado de espírito…
Também é possível que coloque algo, para retirar uns dias depois, mas vou tentar não o fazer.

Gostava de conseguir criar um espaço onde pudesse mostrar partes do meu eu mais puro, seja ele contente, melancólico, e todas as mais vertentes que possam surgir…