Sunday, April 17, 2011

Bandas sonoras

What if...
Se tivesse que escolher uma banda sonora para a minha vida, qual seria? Como seria?

Algo com violinos e o som do piano. Teria uma lead como no jazz, um ponto de partida para o improviso. O leitmotiv seria a paixão... tocada pelos mais variados instrumentos, com diferentes ritmos e melodias.
Se houvesse um canto, seria limpido, vibrante.
O ritmo seria incerto, como num nocturno, em que as notas correm a velocidades diferentes, mas correm... intensas.
Das teclas constantes do piano, como passos firmes e constantes, às cordas dos violinos errantes, incertos e inconstantes.
Ritmos flutuantes, de serenos e felizes, a profundos e volúveis, mas apaixonantes.

Monday, April 11, 2011

Não consigo dormir.
Já li tudo o que havia para ler sobre SMD, na expectativa talvez de que ler traga a cura para a doença.
O sentimento de impotência é grande e não é fácil ver sofrer quem mais amamos.
Por mais voltas que dê, não há prognósticos favoráveis, e pensar que a normalidade vai voltar, é pura ilusão.
Mesmo sabendo que assim é, ficar quieta e calada é o pior que me podem pedir. Mas também não posso fazer mais nada.
Devia conseguir dormir normalmente, viver normalmente, para estar bem e ajudar a minha família. Mas não consigo.
O tempo não passa, e para melhor não vai.
Não estou serena de forma nenhuma, em lado nenhum, em tempo nenhum.
A ansiedade aumenta, os nós no estômago, e só quero que os fins de semana não cheguem. Não é egoísmo? É não querer confrontar-me com mais desânimo, mais abatimento.
Se houvesse uma única coisa no mundo que pudesse fazer!
Não é justo... não é nada justo.

Saturday, April 9, 2011

:)))

Sunday, April 3, 2011

Perda

Haverá algum sentimento pior do que ver alguém que amamos desaparecer?
Desaparecer aos poucos, com a destruição do próprio corpo, das próprias células.
Não há alma nem força interior que resistam à soberania dum corpo doentio.
É nessa altura em que sabemos que a nossa vida nunca mais será como dantes.
Uma grande parte dela está prestes a morrer, a ser apenas uma recordação.
E não há pensamento filosófico nenhum que torne as coisas mais suportáveis, ou aceitáveis.
Não há deus que conforte. Aliás, eu que nunca acreditei na sua existência, agora penso que se de facto ele existe, devia ter vergonha do que anda a fazer...
Se é para ser cada um por si, e se não é suposto haver um mínimo de igualdade, ou de oportunidade à partida, se é para andar meio mundo a servir outro meio, e a espezinharmos uns os outros, então não precisa de existir...

Friday, April 1, 2011

Cansaço

Estou tão cansada, tão sedenta de silêncio.
Estou cansada no mais puro sentido da palavra.
Estou tão cansada que o meu cérebro se recusa a pensar mais um segundo, as minhas expressões faciais estão reduzidas ao mínimo e as minhas palavras a nada.
Passo o dia a comunicar, das mais diversas formas. Em tudo o que digo e deixo por dizer, faço ou não faço, sorrio ou mantenho-me sisuda, em tudo isto, passo uma mensagem.
Mas se estou cansada, porque venho "comunicar" por este meio? Talvez por aqui ter a liberdade de comunicar só o que me apetece, e sem receber feeedback.
A interpretação do feedback consegue ser um processo ainda mais cansativo do que a comunicação per si. Percepcionar, analisar, avaliar... para voltar a reagir, ou seja, comunicar.
Neste momento, pouca coisa me saberia melhor do que ficar em silêncio absoluto. Talvez um Chopin, com um copo de vinho e um colo silencioso. Mas nada mais efusivo do que isso.