Thursday, January 27, 2011

Voltar

Quero esquecer-te.
Quero apaixonar-me, mas não por ti.
Quero apaixonar-me, para não te sentir. Nunca mais.
Esfrego-te do meu corpo
Rasgo-te da minha mente
Queimo-te das memórias.
Esfrego até a pele sair, o sangue esvair, o mundo acabar.
Queimo-te até a cinza queimar.
Rasgo-te até ao pó, até soprar e voares.
Como podes voltar?!

Voltas

Voltas, e trazes contigo a tua doçura
Trazes a saudade de te ver, de te ouvir, de te ter
Sentir-te leva-me ao limiar da loucura.

Vejo-te, sonho-te, lembro-te
Amo-te em pensamento.
Escrevo-te para te esquecer, ou para te eternizar?

Não saias... fica mais um pouco
Deita-te ao meu lado, e aconchega-me.
Beija-me o pescoço, solta-me o cabelo,
Dança-me com o teu corpo, abraça-me, e adormece-me.

Escolhe-me para ti, leva-me pela mão.
Envolve-me no teu colo, e aquece-me.
A noite é logo ali, somos nós, ali.

Wednesday, January 26, 2011

Mar

Verde é o teu olhar, como o mar,
Mar é o teu mundo, sem um fundo.
Doce é o teu cheiro, ao amar,
doce é o teu mundo, moribundo.

Conto...

Conto o tempo,
Conto aos outros,
Conto o tempo a passar,
Conto aos outros que passaste.
Conto as batidas do relógio, o silêncio da tua ausência.
Conto o teu silêncio, é longo...
Conto as memórias e as vezes em que tive vontade de te amar.
Conto os dias do meu silêncio, e os dias em que não deixo de pensar.
Conto a mim mesma histórias de encantar.
Conto que não, porque sim, porque a vida é assim.
Conto o que quero, invento o que conto, escrevo um conto.
Conto com o tempo, pelo tempo fora, há tanto tempo...

Monday, January 24, 2011

Relativizar

Significado: Considerar (algo) sob um ponto de vista relativo e não absoluto.

Por vezes é necessário relativizar...
a sorte, o azar, os sentimentos, a dor.
Alguém me disse um dia: Quando achares que os teus problemas são graves, faz o seguinte exercíco:
Numa gôndola, existem papéis com todos os problemas possíveis no universo, cada um deles (os que consegues imaginar, e os que nem te passam pela cabeça). Escreve os teus problemas num papel e mistura-o com os outros. Agora, retira um papel ao acaso.
Arriscarias?

Até hoje, em dias assim, imagino este cenário, e minha resposta foi sempre não arriscar.
Não conheço melhor forma de relativizar...

Wednesday, January 19, 2011

Nuvens

Acordei novamente, e pareceu-me teres partido. No emaranhado dos meus pensamentos, não estavas. Provei as tuas memórias, e não tinham sabor. Ou melhor, um ligeiro sabor amargo.
Levantei-me e segui caminho. Subi os degraus, um por um, e continuei sem te ver. Observei em toda a volta, e o dia estava cinzento, não escuro, apenas cinzento.
O sol não vinha, mas também não chovia. Os pássaros não davam sinal de presença e as folhas no chão não se arrastavam.
Estava tudo em silêncio.
Por entre as sombras das árvores que chegavam ao céu, vi as nuvens a caminhar. Em silêncio, seguiam viagem para outro destino. Aos poucos, deixei de as ver. Eu sei que elas continuam viagem, mas deixei de as conseguir ver.

Sunday, January 16, 2011

de regresso

Chegas sem contar
e fazes da minha mente a tua casa
o meu corpo é espaço vazio que tu habitas
Com as mãos sufocas-me e invades-me.
Não te quero sentir.
Quero dormir em paz, sentir que o silêncio da noite é o meu corpo.
A serenidade é uma luz que quero presente.
Invades toda a gente. E ninguém te quer.
O teu nome é solidão.

Thursday, January 6, 2011

de cara lavada

No quinto ano de existência deste blog, fiz-lhe a primeira mudança de visual. Sim, a primeira, pois provavelmente, dentro de mais cinco anos irei querer uma coisa diferente :)

Hoje fiz também uma coisa que há muito não fazia, e por muito, entenda-se um década!
Num tempo em que não se houve falar de nada além de crise, resolvi voltar a dar um contributo positivo para melhorar um pouco (pouquinho mesmo) o mundo que me rodeia.
E com o instinto maternal a despertar, nada melhor do que dar alguma atenção a crianças cujas famílias deixam algo a desejar em termos de cuidados diários.
Tenho já a certeza que irei aprender mais com elas do que elas comigo, mas faço um esforço :)
E se todos parassemos de falar de crise, e trabalhassemos para melhorar as coisas às nossa volta? Gostava de ver o resultado final...

Saturday, January 1, 2011

Ano velho...

Não é meu hábito fazer resoluções de ano novo ou grandes reflexões sobre o ano que termina.
Nem sequer é meu hábito delinear mentalmente o segundo em que muda a página do calendário. No entanto, neste ano, não consegui deixar de o fazer. E com muito gosto.
Acontece que o ano 2010 foi um ano anormalmente (espero) mau, e cujo término me deixa muito contente. Ilusoriamente ou não, saber que este ano chegou ao fim, é um alívio. E por consequência, a única resolução de ano novo passa por ter um ano melhor que o anterior, e digamos que não deverá ser pedir muito. A verdade é que, com depressões constantes nos meios de comunicação e em tudo à nossa volta, torna-se necessária uma força hiperbólica para atingir o mesmo que em outras conjunturas.
Da minha parte, tudo farei para que seja melhor. Prometi a mim mesma ser proactiva na conquista dos meus objectivos... espero que uma gotinha da poção da sorte esteja presente...
Feliz ano novo!