Friday, May 25, 2007

Ego

Há tempos li algo que me fez reflectir bastante. Li sobre o ego, algo que sempre considerei parte do ser humano sem questionar.
Depois desta leitura, continuei a sentir o meu ego, talvez mais presente por pensar nele, mas a olhá-lo de fora. Fiz o exercício de pensar em quê que cada parte de mim me traz de bom…
Vou querer relê-lo de tempos a tempos, e por isso, deixo aqui excertos...

The first thing to be understood is what ego is. A child is born. A child is born without any knowledge, any consciousness of his own self. And when a child is born the first thing he becomes aware of is not himself; the first thing he becomes aware of is the other.
This is how a child grows. First he becomes aware of you, then, he becomes aware of himself.

This awareness is a reflected awareness. He is not aware of who he is. He is simply aware of the mother and what she thinks about him. If she smiles, if she appreciates the child, if she says, "You are beautiful," if she hugs and kisses him, the child feels good about himself. Now an ego is born.

Through appreciation, love, care, he feels he is good, he feels he is valuable, he feels he has some significance.

A center is born.

But this center is a reflected center. It is not his real being. He does not know who he is; he simply knows what others think about him. And this is the ego: the reflection, what others think. If nobody thinks that he is of any use, nobody appreciates him, nobody smiles, then too an ego is born: an ill ego; sad, rejected, like a wound; feeling inferior, worthless. This too is the ego. This too is a reflection.

Ego is a need; it is a social need, it is a social by-product. The society means all that is around you - not you, but all that is around you. All, minus you, is the society.

One man kills somebody - he is a murderer.

And the same man in wartime kills thousands - he becomes a great hero. The society is not bothered by a murder, but the murder should be commited for the society - then it is okay. The society doesn't bother about morality.


Ego is always shaken, always in search of food, that somebody should appreciate it. That's why you continuously ask for attention.

You get the idea of who you are from others.

It is not a direct experience.
It is from others that you get the idea of who you are. They shape your center. This center is false, because you carry your real center. That is nobody's business. Nobody shapes it.


And remember, there is going to be an interim period, an interval, when the ego will be shattered, when you will not know who you are, when you will not know where you are going, when all boundaries will melt.

You will simply be confused, a chaos.

Because of this chaos, you are afraid to lose the ego. But it has to be so. One has to pass through the chaos before one attains to the real center.


For a while, you will feel very afraid and shaken, as if an earthquake has happened. But if you are courageous and you don't go backwards, if you don't fall back to the ego and you go on and on, there is a hidden center within you that you have been carrying for many lives.
That is your soul, the self.
...
Autor: Osho, texto integral em http://deoxy.org/egofalse.htm

4 comments:

Luisa said...

Singularidades do ser humano…

Não trago novidade nenhuma a ninguém se disser que o Homem é o ser vivo mais complexo e fascinante que existe à face da Terra. Sem descorar o fascínio de todos os outros, o do ser humano é supremo, sem igual. Para além de respirar, ver, cheirar, tactear, ouvir... é capaz de sentir emoção (também nisto não seremos únicos, acredito), pensar, produzir conhecimento, raciocinar. Naturalmente, a capacidade de comunicação não é sua exclusividade, mas distingue-se da dos outros seres pelo recurso a uma linguagem simbólica, por ele próprio construída e transmitida.
É por seres dotada desta linguagem que sabes do que falo quando digo “mesa”, sem que precises de ver alguma. Ou, mais extraordinariamente, é por causa dela que consegues pensar no teu “eu” mais profundo, camuflado por um tal de “ego”…
Pensares no ego é tão-somente uma pura manifestação da tua condição de humano, no que de mais subtil esta nos vai revelando (estou convencida que nunca nos chegaremos a conhecer verdadeiramente, por mais que vivamos a lutar por isso).
Nunca pensei com afinco no ego, algo de que até muito se fala, mas que nunca ninguém viu. Diria que, de alguma forma, ele tem de existir. Caso contrário, ninguém se lembraria de reflectir sobre ele. Acredito que precisamos de incentivos para prosseguir, para lutar pelo que quer que seja. Na maior parte das vezes, estes incentivos vêm de fora, pelas palavras de alguém que encontra algum valor em nós, seja nas nossas aptidões, atitudes ou forma de ser. Noutras, depende do conhecimento que temos de nós próprios. Este é um exercício complicado, exigente (por vezes, até cruel), nem sempre bem sucedido: mesmo o mais autoconfiante passará por momentos de desencontro consigo mesmo, de insegurança e confusão.
Será aqui que entra essa “procura de alimento” por parte do nosso ego. Eu acrescentaria apenas que será aqui também, afinal, que todos precisamos uns dos outros. É que este ego, seja ele o que for (esse “centro falso”), é comum a todos nós. Seguramente diferirá de mim para ti, e de ti para quem quer que seja, mas sofrerá da mesma necessidade de “acalentamento” (como se todos padecêssemos de um mesmo problema, que vai sendo ultrapassado através de estímulos que damos e recebemos).
Não retiro, com isto, o papel do “eu” essencial, verdadeiro (ao qual acredito aceder apenas superficialmente), apenas sublinho a nossa dimensão social, de interacção e “interexistência” humana. Prefiro, sobretudo, continuar apaixonada pela complexidade individual desconhecida (do meu “eu” mais profundo, intocável e eterno), mergulhada noutra ainda maior, a social. Então percebo a minha pequenez, nesta densa teia de relações com outros “eus” únicos, complexos (dos quais, mais uma vez, só se conhecem imagens imperfeitas: as humanamente possíveis!). E aí, prodigiosamente, encontro a minha grandeza… a minha especificidade! Esta, nunca fielmente revelada, constitui uma pequeníssima grande peça de um puzzle colorido gigante, do qual todos fazemos parte! (O ego será uma sua imagem adulterada, a possível.)
Não tenhamos medo de nos “perdermos”, nem nos detenhamos a tentar perceber tudo o que não percebemos! Simplesmente, vivamos, tranquilamente! Saboreemos, tão despreocupados quanto possível, esta loucura saudável de existirmos sob esta forma peculiar: a humana…

(E não é que me despeço sem trazer nada de novo?! =))

Averana said...

Linda, adorei! Já tinha lido este texto, mas é tao inspirador que realmente faz bem ler de vez em quando. Obrigada por partilhar!

Averana said...

Linda, este texto é espectacular. Já o tinha lido há tempos atrás, mas é tao inspirador que vale bem a pena ler e reler... Obrigada por partilhar!

Unknown said...

Este texto é fantástico. Com algumas analogias explica abstractamente o que é o ego, o porque da sua existência e importância e o porquê de certos comportamentos e estágios a passar.
Vou reler este texto várias vezes para acomodar na minha mente todas estas descrições que também subscrevo.