Sobre o que escrevemos quando não temos tempo para pensar?
É isso que estou prestes a descobrir.
Não escrevemos, ou escrevemos sobre nada.
E quando não paramos para reflectir durante algum tempo, sobre que reflectimos quando temos essa possibilidade? Sobre nada de concreto.
É assim que me sinto…nada.
Uma poeira que circula no universo, que salta de um lugar para outro sem pensar, sem ir para longe. Saltita num perímetro reduzido, sem descobrir nada de novo, sem aprender, sem reflectir…
Quando crescemos (nas primeiras fases do crescimento humano) ninguém nos explica para onde caminhamos. Pelo menos a mim ninguém explicou…
Perguntam-nos o que queremos ser quando crescermos, e felicitam-nos pelo curso concluído, pelo 1º emprego, pela progressão na carreira. Mas nunca ninguém nos disse o que isso acarretava.
E quando descobrimos, o que fazemos? Voltamos atrás, rejeitando o que conseguimos pois não era assim que tínhamos imaginado a vida? Talvez. E depois seguimos para onde? Voltamos à infância e começamos de novo? Mas como, se já não temos quem nos sustente? Se já não conseguimos viver sem tudo o que a vida que não queremos nos trouxe de bom? Ou fazemos o inverso? Voltamos a estudar mais e mais e acumulamos formações em áreas diversas, na expectativa de conseguir um emprego maravilha, enquanto dobramos a nossa carga de trabalho diária e semanal? E quando teremos então tempo para viver?
Muitos de nós sonham em fazer dos hobbies mais queridos um modo de vida. E quando nem temos tempo para hobbies?
Não gosto de escrever assim, mas é assim que reflicto neste momento.
3 comments:
Olá Ice...a esta hora estou longe de escrever bem, ou talvez até seja a hora em que escrevo melhor. Confesso que não posso parar muito, porque a memoria recorda-me tempos vividos com alegria e que subtilmente o coração nos trama e nos faz fugir...de vez em quando cliko no teu espaço virtual...recordo com saudade quando o feeback era mutuo...agora os tempos são outros e a relação não é a mesmas, mas não posso esquecer a amizade que sempre senti por ti...esquisito ainda estar naquele workplace...muitas colegas tive, eu parti, voltei, parti, voltei, parti, voltei...mas nada é quente como era...o espaço esta frio...as minhas fadinhas partiram todas...e fico eu sozinho naquele espaço que teimosamente me acolhe...
Ice...saudade...
EO
Entendo o que dizes, a vida muitas vezes nos desilude e não tem nada a ver com aquilo que sonhávamos, sobretudo quando não temos tempo de perseguir os nossos sonhos.
Posso apenas dizer que, com as tuas qualificações, de certeza poderás encontrar algo melhor em áreas onde, por exemplo, o francês seja um ponto forte... Se precisares da ajuda de alguém que tem mais tempo livre, já sabes... :)
Beijinho e boa sorte
Olá minha Fadinha!
Já cá não vinha a este teu cantinho reconfortante há imenso tempo... Essencialmente por esquecimento, por desprendimento de muita coisa (se calhar até de mim própria), porque o tempo passa por nós e nos obriga a andar estupidamente depressa e sem muita reflexão! Não me esqueci de ti... Podemos não falar, mas eu continuo a guardar-te num lugar especial do coração, por seres uma das pessoas mágicas que tive o privilégio de conhecer...
Li as tuas palavras e... acredita uma coisa, não estás sozinha! A indefinição da nossa vida, do sentido que devemos dar ao que vivemos e do que haveremos de dar ao que virá, é uma constante a que necessariamente nos teremos de habituar... porque não desaparece! (Ou então sim. Talvez, simplesmente, ainda sejamos um bocadinho meninas… talvez um dia olhemos para trás e consigamos perceber o rasto que deixamos até então!)
Então temos de aprender a viver com a nossa incerteza, com as nossas dúvidas (aquelas para as quais não parece existir meio de encontrar resposta), com os nossos medos escondidos… Quando me sinto assim, “perdida”, (e olha que não é tão raro quanto isso!) tento pensar que todos passamos +- pelo mesmo (com diferentes intensidades, claro está), que viver também dói que se farta – mas dói a todos (alguma vez na vida, mesmo a quem pensa que tem tudo) – apesar de nos trazer também muita felicidade (que às vezes subestimamos!), e que essa dor vai passando… Se estou com medo, respiro… tento lembrar-me de que, como os ponteiros do relógio não param, dentro em breve alguma coisa vai acontecer e tudo ficará mais calmo. A angústia de saber o que essa “coisa” deve ser, convenientemente, não a consigo evitar, é própria do ser humano… Então tento relaxar (“falar é bem mais fácil”, pensarás tu… e confirmo eu) e deixar que a escuridão passe. Além disso, sei que existem escuridões bem mais difíceis de ultrapassar, muitas vezes, suportadas por pessoas que as enfrentam… com um sorriso!!!
Minha linda, VIVE! Não te arrependas do teu caminho… foi, muito provavelmente, o melhor que pudeste escolher, nas circunstâncias que a tua vida proporcionou! E não tenhas medo… A Luz tem de brilhar um dia e poderás” voar” para onde quiseres…
Beijo enorme,
Luísa
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