Procuro um lugar em silêncio.
Viro ao fundo da rua, e por entre as sombras dos morcegos a passar, fugindo dos candelabros, ouço passos. Sigo em frente, não olho para trás, e ouço um gato a fugir de mim. Ele foge, e eu?
Continuo, e a chuva começa a arrefecer-me o corpo. Fico fria, por fora e por dentro, e a pele arrepia-se para não deixar sair mais calor. Porquê? Não posso gelar?
Ando e ando, horas depois. Meses depois, cansada, deito-me nos bancos frios e molhados do jardim. Continua a chover. A chuva a cair lava-me as lágrimas e a alma. Ajuda-me a encontrar o silêncio gelado que procuro. O meu corpo gela finalmente, e a lua abraça-me num sonho.
Acordo, e o meu corpo já seco arrepia-se com os raios de sol. Os meus olhos, enxutos, estranham a luz, mas sorriem. Levanto-me, e continuo em busca de um lugar em silêncio...
No comments:
Post a Comment